quinta-feira, julho 27, 2006

Junho de 2006
Comentário Empreendedor
Com o PMDB de Fora, o Brasil Fica com Poucas Opções Para a Presidência

Wintemberg Rodrigues

O ano eleitoral chegou e com ele as dúvidas, como por exemplo: em quem votar, quando ambos os lados apresentam um histórico desinteressante, embora com certas vantagens relativas? O PT, massacrado pela imprensa ainda resiste na figura do presidente Lula, mas continua sangrando como um soldado em final de guerra. Que final? Embora as batalhas pré-eleitorais tenha acabado, as eleitorais estão apenas começando. Talvez imbuído de uma artimanha estratégica, os tucanos prometeram não levar a campanha no teor ofensivo, quer dizer, de baixaria mesmo. Porém, na prática isso é mais teoria de etiqueta política que fato. Os tucanos parecem não se conter e acabam por atacar o presidente. Mas, como um habilidoso estrategista de poder, Lula faz aquilo que ele vem treinando há muito tempo, ficar em silêncio. Isso irrita tanto a oposição que os tucanos começam a prometer que não vai "sujar" seus discursos com palavrórios infames ao adversário. Bem, isso nos parece mais uma estratégia espelhada que algo autêntico. Com o contexto histórico em mente, nos aprofundemos em analisar essas duas poucas opções que restou aos brasileiros, para depois também comentarmos a questão do PMDB, que numa articulação política de peso barrou a candidatura própria, o que para muitos foi uma atitude vergonhosa daquele que é o maior partido do país.

O PT pode mesmo ser motivo de risos nas reuniões políticas pelo Brasil a fora. Mas, acreditem se quiser, o lado tucano não deixa por menos. Então vamos ao balanço? Não é Alkmin ou Serra a questão para angariar mais votos. A questão é o Fernando Henrique, que é a cara do PSDB. As pessoas votaram em Lula porque reprovaram Henrique. Se Alkmin quiser ganhar votos nesta luta, deve, obrigatoria e imediatamente, se desvincular, se desligar dessa associação com FHC. Ninguém quer ver a Petrobrás sendo vendida. O povo Brasileiro considera importante ter o poder sobre empresas estratégicas. Não temos boas lembranças de FHC, excerto pela implementação do plano Real, embora, claro, ele tenha feito muitas coisas, mas estou falando em termo do que marcou.

O medo do fantasma FHC que permeia no PSDB é que rebaixa a figura do Sr. Alkimin. Acredite quem quiser, Serra não iria fazer diferença. Digo como eleitor que considera um absurdo termos apenas dois presidentes representado pelos maiores partidos, acostumados ao poder, e por isso não iriam querer fazer do congresso nacional uma sede ditatorial ou coisa do tipo.

Por falar em poder, o PT se embriagou com o cálice do poder. Mas, a diferença para os demais partidos talvez seja porque o PT tenha inimigos de peso. Com PFL e PSDB para cair em cima, ficou difícil para os governistas vencerem a parada, ainda mais quando se está errado. Ponto para os brasileiros, nem PT nem PSDB nem PFL terão sossego depois que a técnica de derrubar os "poderosos" via denúncia se alastrou. Agora, o povo brasileiro vai estar mais atento. Mas, é sempre necessário a colaboração da mídia.

Falando do PMBD, que vergonha, digo como brasileiro. Como um partido desse porte troca um projeto de nações por garantias políticas regionais? É claro que o PMDB vai continuar agindo, mas superficialmente su- bordinado ao poder central de Brasília. Teria o PMDB se cansado do poder? Teria mesmo se aposentado o grande partido? De certo que não. Mas, trocou certamente o cargo de diretor pelo de assistente ou qualquer outro abaixo. Logo, é um partido que parece estar se apagando. Ele demonstra-se cansado. A decisão de não candidatura própria deixou os brasileiros com menos opções. Aliás, só mesmo duas opções. Porque não se pode contar com aqueles partidos que procuram mudanças radicais, como impor uma condição.

Os partidos radicais são muitos, vamos então relatar aqui porque tais não têm tanto prestígio, como mostra-nos a história. O PT só veio a ter prestígio depois que Lula demonstrou ser comportado, e que nada de revolução comunista iria tomar conta do congresso, embora ele tenha lá seus laços com simpatizantes. Esse pessoal quer mudar um governo radicalmente, como se só a forma que eles pensam estivesse certa. É um golpe na democracia. A democracia se faz com pluralidade de idéias e não com imposição. O PT deve seu sucesso a uma leve mudança nesse sentido. Mas, ao encher os cargos de petistas, abalou seu pensamento democrático e centralizou, criando ciúme e denúncias. Bom para nós brasileiros que além de termos que cobrar mais ética no congresso, vamos cobrar também em nossa própria vida no dia a dia senão nada poderemos dizer dos que são anti-éticos.